A
Amnistia Internacional Portugal marcou o início do grande evento anual da
organização de direitos humanos que mobiliza milhões de ativistas pelo mundo
inteiro.
A
campanha anual da Maratona de Cartas é um dos maiores
eventos mundiais de ativismo: pessoas que ajudam outras pessoas, onde quer que
estas sejam; milhões que se juntam na tentativa de alcançar justiça para
homens, mulheres e crianças no mundo inteiro. Todos os anos, desde 2009, e ao
longo de várias semanas, a Maratona de Cartas mobiliza os ativistas a agirem em
defesa de indivíduos e grupos em risco de sofrerem violações de direitos
humanos.
Em
Portugal foram eleitos quatro casos para a Maratona de
Cartas de 2015:
Rafael Marques, jornalista e defensor dos direitos humanos em
Angola, condenado injustamente por ter escrito um livro em que expõe graves
violações de direitos humanos naquele país. O seu julgamento, politicamente
motivado e violador do direito de liberdade de expressão, está em fase de
recurso e a Amnistia Internacional insta as autoridades angolanas a respeitarem
todas as garantias de julgamento justo e a retirarem as acusações contra o
jornalista.
Raparigas e adolescentes no Burkina Faso são
forçadas a casar precocemente e, assim, limitadas nas suas escolhas de vida e
no exercício dos seus direitos sexuais e reprodutivos. Uma em cada três
raparigas neste país é obrigada a casar antes de ter 18 anos, algumas até com
apenas 11 anos – e de todas é esperado que tenham filhos muito cedo. A Amnistia
Internacional exorta as autoridades do Burkina Faso a pararem de ignorar esta
situação, proibida pela Constituição do país assim como pela lei internacional,
e a porem fim as casamentos forçados e precoces.
Costas, grego
e homossexual, e o seu companheiro, foram violentamente espancados duas vezes,
em Atenas, devido às suas escolhas de orientação sexual. A Grécia continua a
não tomar as medidas necessárias para estancar o aumento de violência motivada
pelo ódio no país e trata os casais do mesmo sexo como cidadãos de segunda
classe, não cumprindo as obrigações internacionais de proteção dos direitos da
comunidade comunidade lésbica, gay, bissexual, transgénero e intersexual
(LGBTI). A Amnistia Internacional urge as autoridades gregas a investigarem
exaustivamente os crimes de ódio e a assegurarem que Costas e o companheiro
recebem a compensação a que têm direito.
Yecenia Armenta foi condenada no México
com base numa “confissão” extraída sob tortura brutal: suspensa pelos
tornozelos de pernas para o ar, sufocada e espancada e violada. Está presa há
três anos por um crime que assevera não ter cometido e as denúncias de tortura
que fez continuam por ser investigadas pelas autoridades. A Amnistia
Internacional defende que as autoridades mexicanas têm de retirar todas as
acusações contra Yecenia Armenta, libertá-la imediata e incondicionalmente e
responsabilizar judicialmente os seus torturadores.
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