Literatura disponível na biblioteca sobre o Holocausto
O Leitor – Bernard Schlink
Michael Berg, um adolescente nos anos
60, é iniciado no amor por Hanna Schmitz, uma mulher madura, bela, sensual e
autoritária. Ele tem 15 anos, ela 36. Os seus encontros decorrem como um
ritual: primeiro banham-se, depois ele lê, ela escuta, e finalmente fazem amor.
Este período de felicidade incerta tem um fim abrupto quando Hanna desaparece
de repente da vida de Michael.
Michael só a encontrará muitos
anos mais tarde, envolvida num processo de acusação a ex-guardas dos campos de
concentração nazis. Inicia-se então uma reflexão metódica e dolorosa sobre a
legitimidade de uma geração, a braços com a vergonha, julgar a geração
anterior, responsável por vários crimes. (Disponível
também o filme baseado nesta obra)
Se isto é um Homem – Primo Levi
Na noite de 13 de Dezembro de
1943, Primo Levi, um jovem químico membro da resistência, é detido pelas forças
alemãs. Tendo confessado a sua ascendência judaica, é deportado para Auschwitz
em Fevereiro do ano seguinte; aí permanecerá até finais de Janeiro de 1945,
quando o campo é finalmente libertado. Da experiência no campo nasce o escritor
que neste livro relata, sem nunca ceder à tentação do melodrama e mantendo-se
sempre dentro dos limites da mais rigorosa objectividade, a vida no Lager e a
luta pela sobrevivência num meio em que o homem já nada conta.
Se Isto é um Homem tornou-se rapidamente
um clássico da literatura italiana e é, sem qualquer dúvida, um dos livros mais
importantes da vastíssima produção literária sobre as perseguições nazis aos
judeu.
O Rapaz do Pijama às Riscas – John Boyne
Ao regressar da escola um dia,
Bruno constata que as suas coisas estão a ser empacotadas. O seu pai tinha sido
promovido no trabalho e toda a família tem de deixar a luxuosa casa onde vivia
e mudar-se para outra cidade, onde Bruno não encontra ninguém com quem brincar
nem nada para fazer. Pior do que isso, a nova casa é delimitada por uma vedação
de arame que se estende a perder de vista e que o isola das pessoas que ele
consegue ver, através da janela, do outro lado da vedação, as quais,
curiosamente, usam todas um pijama às riscas. Como Bruno adora fazer
explorações, certo dia, desobedecendo às ordens expressas do pai, resolve
investigar até onde vai a vedação. É então que encontra um rapazinho mais ou
menos da sua idade, vestido com o pijama às riscas que ele já tinha observado,
e que em breve se torna o seu melhor amigo.
A menina que roubava livros – Markus Zusak
Ao perceber que a pequena Liesel
Meminger, uma ladra de livros, lhe escapa, a Morte afeiçoa-se à menina e
rastreia suas pegadas de 1939 a 1943. A mãe comunista, perseguida pelo nazismo,
envia Liesel e o irmão para o subúrbio pobre de uma cidade alemã, onde um casal
se dispõe a adotá-los por dinheiro. O garoto morre no trajeto e é enterrado por
um coveiro que deixa cair um livro na neve. É o primeiro de uma série que a
menina vai roubar ao longo dos anos. O único vínculo com a família é esta obra,
que ela ainda não sabe ler. Assombrada por pesadelos, ela compensa o medo e a
solidão das noites com a conivência do pai adotivo, que lhe dá lições de
leitura. Alfabetizada sob vistas grossas da madrasta, Liesel canaliza urgências
para a literatura. Em tempos de livros incendiados, ela os furta, ou os lê na
biblioteca do prefeito da cidade. A vida ao redor é a pseudo-realidade criada
em torno do culto a Hitler na Segunda Guerra. Ela assiste à eufórica celebração
do aniversário do Führer pela vizinhança. Teme a dona da loja da esquina,
colaboradora do Terceiro Reich. Faz amizade com um garoto obrigado a integrar a
Juventude Hitlerista. E ajuda o pai a esconder no porão um judeu que escreve
livros artesanais para contar a sua parte naquela História
A ilha na
Rua dos Pássaros – Uri Orlev
A Segunda Guerra Mundial está em
curso. Os tempos são difíceis na Polónia, especialmente para os judeus. Alex é
judeu e tem onze anos. Quando a sua mãe desaparece e o pai é “seleccionado”
pelo exército alemão para ir para um destino desconhecido, Alex, completamente
sozinho, é obrigado a refugiar-se num edifício abandonado na Rua dos Pássaros
onde vai aguentar um Inverno. Pacientemente, sem pressas, Alex vai
sobrevivendo, enquanto espera o regresso do pai. Por um nicho de luz, Alez
consegue vislumbrar os escombros, a degradação e miséria total a que aquela
terra, outrora tão apetecível, foi votada.
Coragem e valentia não são excepcionais em tempo de guerra, mas Alex só
tem 11 anos e a sua história é, na verdade, sobre o desejo de alguém vencer a
crueldade e a injustiça.
O violino de Auschwitz - Maria Angels
Anglada
É Dezembro de 1991 e, num
concerto de homenagem a Mozart em Cracóvia, a primeiro violinista impressiona o
seu colega de trio com um instrumento rústico e humilde. No dia seguinte,
quando ele lhe pergunta como é que ela o obteve, uma notável história se revela:
A da vida de Daniel, um luthier, que sobreviveu passando por grandes
dificuldades em Auschwitz, como carpinteiro e trabalhando às tardes na fábrica
IG Farben. A inesperada relação com o comandante do campo e a posterior
encomenda de um violino com as especificações de um Stradivarius tornaram-se
dois momentos decisivos na vida de Daniel, em Auschwitz, sobretudo após
descobrir o segredo por trás dessa tarefa.
O mundo em que vivi – Ilse Losa
“O mundo em que vivi” é um relato
personalizado traçado por Ilse Losa da infância de uma menina, inicialmente
criada com os avós.
Na Alemanha de Hitler, Rose é
perseguida pelos nazis e o sofrimento preenche grande parte das páginas do
livro. Mas é sobretudo a perspectiva poética da guerra, por uma menina, e a descrição
dos costumes judaicos que fazem deste livro uma imensa lição.
A Casa Vazia – Claude Gutman
David viu o pai e a mãe, de mala
na mão, entre dois polícias. Esperou-os muito tempo. Havia já vários meses que
dormia em casa dos vizinhos e, por essa razão, não o levaram.
1944… David tem quinze anos, está
cheio de dor e de raiva…
O Diário de
Anne Frank – Anne Frank
Anne era uma rapariguinha de uma família
judaica de Francfort que se refugiou na Holanda para escapar às perseguições
nazis. Invadido este país, a família esconde-se com outras pessoas num
"anexo" de uma casa, onde, protegida por gente corajosa e dedicada,
consegue viver largo tempo sempre no terror de ser descoberta. Acabou por
sê-lo. E o diário de Anne foi encontrado por acaso num monte de papéis velhos.
Anne veio a morrer no campo de concentração de Bergen-Belsen. Mas o diário que
essa rapariguita escreveu é, na sua perspicácia e na sua desenvoltura
adolescente, um documento, um autêntico documento humano - e, só pelo facto de
existir, um protesto contra as injustiças do mundo em que vivemos. (Disponível também o filme baseado nesta
obra)
No Anexo – Sharon Dogar (só disponível em e-book)
Peter van Pels e a família estão
escondidos com os Franks, e Peter vê tudo com um olhar diferente. Como será
ser-se obrigado a viver com Anne Frank? Odiá-la e depois dar por si apaixonado
por ela? Saber que é tema do seu diário dia após dia? Como será ficar sentado à
espera, olhar por uma janela enquanto outros morrem e desejar estar a combater?
O diário de Anne termina a 4 de Agosto de 1944, mas, nesta história imaginada,
a experiência de Peter continua para além da traição e chega aos campos de
extermínio nazis. "Está aí alguém?", pergunta ele. "Está alguém
a ouvir?" Nós devíamos estar.
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